Campanha em defesa ambiental e social contesta decreto municipal
01/07/2025
Campanha em defesa da coleta da massa verde ganha forte adesão em Santa Cruz do Rio Pardo
Lançado em menos de 24h, um abaixo-assinado reivindicando que a prefeitura municipal reassuma a responsabilidade de coletar a massa verde (restos de poda e limpeza de atrás verdes de calçadas e jardins particulares) está escalando rapidamente em Santa Cruz do Rio Pardo.
A cidade de 50 mil habitantes, que se destaca pela alta arrecadação de impostos e por uma renda per capta acima da média brasileira, a maior da sua região, no sudoeste do estado de São Paulo, está reagindo a um decreto do atual prefeito, Otacilio Parras Assis, que baixou um decreto cancelando a coleta de massa verde, tradicionalmente recolhida pela limpeza pública, determinando que caberá aos munícipes, a partir da data de hoje, 1⁰ de julho, fazer a coleta e transporte de massa verde e pequenos entulhos até um local determinado, que fica a 10km do centro da cidade. Sob pena de multa, os moradores terão que arcar com a tarefa, mesmo que não disponham de meios para tanto. "Quem não tiver dinheiro que plante grama", disse o prefeito em entrevista à uma rádio da cidade.
O poder legislativo tentou barrar o decreto através de um PL, de autoria do presidente da Câmara dos Vereadores Juninho Souza – um dos maiores apoiadores da campanha eleitoral do atual prefeito que em menos de seis meses de governo se transformou em seu maior opositor – ,que foi rejeitado pela maioria dos vereadores da cidade, que formam a base governista.
A reação da população nas redes sociais e a clara demonstração de falta de consciência social e ambiental do atual prefeito e da maioria do legislativo, levou a jornalista e ativista ambiental Flavia Rocha Manfrin a criar um abaixo-assinado virtual que está escalando nas últimas horas, chegando a registrar mais de uma assinatura por minuto. "Tomei esta iniciativa porque tenho um compromisso com o meio ambiente, com a minha cidade e com a democracia, afinal uma parcela da população não tem meios para agir conforme o decreto", afirma a jornalista.
O documento reivindica que a atual administração reveja a decisão, reassumindo o serviço que é realizado há décadas e que reflete uma postura condizente com preceitos atuais de sustentabilidade e inclusão social. "Somos um município que tem recursos suficientes para continuar zelando pela preservação e inserção do verde que faz a diferença, que são as árvores. Qualquer atitude contrária a isso é um retrocesso que não condiz com nossos índices de crescimento e de consciência coletiva", afirma a jornalista que defende a reflexão, não o confronto.
A autora do documento acredita que o poder público pode fazer da crise gerada pelo decreto, uma oportunidade de gestão criativa e inovadora. Ela argumenta que o serviço de coleta de massa verde, tradicionalmente feita pelo poder público, deve ser aprimorado e não descartado. "Existe para a atual gestão uma grande oportunidade de fazer a diferença e criar um sistema de compostagem e uso agrícola para a massa verde. É uma questão de escolha, usar de criatividade para inovar ou retroceder à falta de consciência ambiental", conclui a autora do abaixo-assinado.
Info: https://chng.it/nMHtQmPHDn
por: Fernanda Lira | 360